Antiga Maçonaria Egípcia em Portugal

segunda-feira

O Templo Maçónico

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“A humanidade seria muito mais feliz se todos fossem maçons “.

O que esta frase tem haver com templo maçónico?
Bem, o templo maçónico, lugar propositadamente fechado, isolado completamente do mundo exterior, é onde se reúnem os homens livres e de bons costumes com o objectivo firme de divulgar e praticar a igualdade, liberdade e fraternidade com justiça.

O templo maçónico, em todos os ritos, segue, bem de perto, a orientação e a decoração do templo de Jerusalém e do tabernáculo.
De acordo com o texto bíblico, Moisés, seguindo as instruções recebidas no Sinai, mandou construir o Tabernáculo (em hebraico, suká: tenda), para os ofícios religiosos, durante a vida nómada do deserto, desde a saída do Egipto, e para a guarda do Torá, conjuntos de textos sagrados hebraicos, conhecidos como o Pentateuco (Génese, Êxodo, Números, Deuteronómio e Levítico).

Estaremos dissertando neste trabalho os diversos pontos importantes sobre o templo tais como: As Colunas, J B e as Romãs; Os 12 signos; Pavimento Mosaico e a orla dentada; A corda de 81 nos; Altar dos Juramentos; O Delta luminoso, sol, lua, O trono do venerável, as 7 luzes e o Painel da loja.

AS COLUNAS DO TEMPLO.

Normalmente, em Templos Maçônicos, encontramos na entrada as 2 colunas
“B” e “J”, estando “B” a esquerda de quem entra e “J” a direita; de cada lado do Templo visualizamos 6 Colunas e, sobre os tronos, 3 colunas menores.

A palavra “coluna” se origina do latim e seu significado refere-se ao sustentáculo vertical. Com excepção das colunas “B” e “J” , muitos autores não vêem, para as demais colunas, nenhum significado simbólico, a não ser o de representarem o sustentáculo do Templo. Outros autores citam que as colunas representam os principais oficiais da Loja, sendo cada coluna ornamentada por um signo do Zodíaco. Desta maneira temos:

Venerável Mestre: Sol
1º Vigilante: Neptuno
2º Vigilante Úrano
1º Experto Saturno
Orador Mercúrio
Secretário Vénus
Tesoureiro Marte
M.'. de Cerimonias Lua

As quatro demais colunas são normalmente distribuídas ao Hospitaleiro, ao Porta Estandarte e aos Diáconos. Por outro lado e independentemente da determinação acima, cada um de nós é Coluna de seu próprio Templo e, portanto, sustentáculo espiritual da Maçonaria.

Se, no entanto, existem diferenças relativas a importância dada as 12 Colunas, tal não se dá em relação as Colunas “J” e “B”. Estas têm significado histórico e possuem forte representação Simbólica. A presença delas protegeria aquele que recebesse de Jeová a consagração de ser Rei ou Sacerdote. A presença de uma dessas colunas simboliza, portanto, a presença do próprio Senhor.
Sobre elas iremos tecer alguns comentários:

As Duas Colunas: (1º Livro dos Reis, Cap. VII - Bíblia).
O Rei Salomão trouxe de Tiro, um artesão de nome Hiram Abif, israelita por parte de pai e nephtali, por parte de mãe. Esse homem foi quem executou todos os ornamentos do Templo de Salomão, incluindo, portanto, as 2 colunas construídas em bronze. Simbolicamente essas representavam as 2 colunas de homens que Moisés dirigiu quando da saída dos Hebreus do Egipto.

No alto das duas colunas, ele colocou um ”capitel “ fundido em forma de lírio. Ao redor deste, uma rede trançada de palmas em bronze, que envolviam os lírios. Desta rede, pendiam em 2 fileiras de 200 romãs. À coluna da direita foi dado o nome de J e à da esquerda, B. Atribui-se a cor vermelha – activo, Sol -- à coluna J\ e a cor branca ou preta – passivo, Lua – à coluna B\. O Vermelho significa inteligência, força e glória; O Branco, beleza, sabedoria e vitória.

Há quem esclareça que as colunas se destinariam a guarda dos instrumentos e ferramentas dos operários e que junto a elas, seria o local onde os operários receberiam seus pagamentos pelos serviços prestados. Nestas colunas estariam, portanto, guardados as espécies e o ouro com o que os operários eram pagos. No entanto, pelo tamanho das colunas fornecido pela Bíblia, seria impossível, em tão pequeno espaço, caberem todas as ferramentas e instrumentos alem do ouro e espécies. Também, em nenhum momento a Bíblia cita as colunas como local possuidor de portas de armários.

AS ROMÃS, OS LÍRIOS E AS CORRENTES.

Os Lírios simbolizam a pureza e a virgindade: a beleza feminina. Representam a chama pura e fecundante: o calor.

As Romãs simbolizam a virilidade masculina. Romã é um fruto possuidor de sementes avermelhadas unidas e de sabor agridoce. O vinho proveniente do cultivo da Romãzeira – utilizado desde os primórdios de Israel – possui propriedades afrodisíacas.

O grande número de grãos que a Romã possui e sua propriedade afrodisíaca, fez com que a mesma fosse considerada, na Simbologia popular, como sendo a representante da fecundidade e da riqueza. Este, talvez, seja o significado mais correto para as Romãs colocadas sobre as colunas de Salomão. No entanto, também, são simbolizadas como sendo a força impulsionadora para o trabalho e dispêndio de energia.
Na Maçonaria, os grãos da Romã, mergulhados numa polpa transparente, simbolizam os maçons unidos com energia e força para realizarem o trabalho.
Sete voltas de Correntes envolvem o capitel das colunas. Entre os antigos, as correntes representavam o cativeiro, mas, o verdadeiro significado dessas correntes nas colunas é obscuro. Para a Maçonaria representam, por um lado, os laços que acorrentam os profanos e por outro, a união dos maçons.

O PAVIMENTO DE MOSAICO.

Estendido no centro do templo, o Pavimento Mosaico é um tapete rectangular, que evoca o quadro da loja. É representado por uma série de quadrados alternadamente brancos e pretos, que lembram o tabuleiro de xadrez, jogo de origens sagradas, e de relevantes significados simbólicos.
Os quadrados brancos e pretos simbolizam respectivamente a luz e as trevas, ou o dia e a noite, e em geral, congregam todas as dualidades cósmicas surgidas da reflexão bipolar da Unidade ou Ser Universal. Esta dualidade, é encontrada também na simbologia oriental do YIN-YANG. Onde YIN, representado pela cor preta simboliza a energia negativa, e o YANG ao contrário simboliza a energia positiva.

Segundo os orientais, a harmonia cósmica é obtida através da perfeita combinação YIN-YANG, que encontrados em todos os fenómenos da natureza, se complementam, proporcionando um perfeito equilíbrio em todas as actividades do universo. Sendo assim, a cor branca simboliza as energias activas, masculinas, é o Sol, enquanto a cor preta simboliza as energias passivas, femininas e terrestres. Ambas se complementam, e determinam em sua perfeita interacção o desenvolvimento e a própria estrutura da vida cósmica e humana. Essa estrutura, é gerada pela confluência de um eixo vertical (celeste) e outro horizontal (terrestre), que no mosaico formam uma trama quadriculada, que reflecte as tensões e equilíbrios a que está submetida a ordem da Criação. Podendo equiparar-se também ao tempo (eixo vertical) e espaço (eixo horizontal), as duas coordenadas que estabelecem a existência de nosso mundo e de todas as coisas nele incluídas. O significado do Pavimento Mosaico aplica-se perfeitamente à loja Maçónica, recinto sagrado onde cada uma das partes ou seu conjunto constituem uma síntese simbólica da harmonia universal. Comparado a mandala, o pavimento mosaico é uma imagem simbólica da Ordem, onde o iniciado tem de se integrar plenamente, conciliando todas as influências procedentes do céu e da terra, que lhes permitirão recuperar a unidade de seu ser.

A ORLA DENTADA.

Simboliza a união dos Maçons. Os dentes representam os planetas que giram no Cosmos. Cada dente tem o formato de um triângulo. O Triângulo expressa a espiritualização dos Maçons que partindo da individualidade unem-se de forma indissolúvel, em torno de um ideal. Fisicamente dentro do Templo existem 2 Orlas Dentadas: uma ao redor do Pavimento dos Mosaicos; a 2ª contorna no Ocidente o pavimento da Loja.

O ALTAR DOS JURAMENTOS.

O Altar dos Juramentos é a parte mais sagrada de uma Loja. Este Altar derivou-se do Altar dos holocaustos, construído por Moisés, sob as ordens directas de Deus. Na Maçonaria este altar que é simbólico, representa um altar de sacrifícios eis que ali o Neófito deixará, quando de seu juramento, todos os seus vícios e as suas paixões em holocaustos ao grande Arquitecto do Universo.

A posição do Altar dos Juramentos no Rito Escocês determina que seja ele colocado no eixo da Loja sobre a metade superior do Pavimento do Mosaicos, isto atendendo as considerações de ordem histórica e filosófica. O Altar dos Juramentos simboliza a Beleza do Carácter e constituindo-se no pilar principal. Há que se entender que o sistema filosófico da Maçonaria gira em torno de um ideal representado pelo Altar da Loja como fulcro de toda filosofia Maçónica. Sobre o Altar dos Juramentos encontra-se o Livro da Lei, um Esquadro com seus ramos voltados para o Oriente e um Compasso aberto com as pontas voltadas para o Ocidente e colocadas sobre o Esquadro.

Painel da Loja – Por Painel entende-se o Quadro que a Loja apresenta por ocasião da abertura dos trabalhos. Três são os quadros de uma Loja: Painel da Loja de Aprendiz; de Companheiro e de Mestre. Nos graus filosóficos normalmente não se usa a denominação Painel, mas, Emblema ou Escudo correspondente ao grau.
No Painel estão desenhados todos os símbolos maçónicos, necessários ao desenvolvimento dos trabalhos de seu respectivo grau. A sua colocação na Loja indica que continua viva toda a simbologia que orienta os trabalhos.
A colocação do Painel idealiza também, que nenhum trabalho seja iniciado sem que antes tenha havido um planeamento das actividades, ou seja, todos os participantes, ao adentrarem ao Templo e olharem para o Painel, estarão cientes do grau em que os trabalhos serão realizados. No inicio, os símbolos do grau eram desenhados, com giz, no chão, transformando o local num Templo. Posteriormente passaram a ser pintados ou bordados sobre panos ou tapetes. Em 1820, John Harris desenhou os Painéis que, salvo pequenas modificações, se encontram em uso até o presente.

TRONO DE SALOMÃO.

"Ao Trono de Salomão somente poderão estar assentados o V.: M.: e, quando for o caso, a mais Alta Autoridade Maçónica do Simbolismo presente na sessão, à direita do V.: M.: . O ex-Venerável não mais ocupa lugar no Trono de Salomão à esquerda do V.: M.: . Quando da Circ.: do Tronc.: de Benef.: e da Bolsa de Prop.: e IInf.:, o Ir.: M.: de CCer.: e o Ir.: Hosp.: deverá (sic) colher a Pr.: e o Óbolo de todos que estiverem assentados ao Trono de Salomão".
Peço vénia, apesar do respeito pelos autores, para discordar, veementemente. do texto, antes que ele influencie maçons novos e inexperientes:
Trono de Salomão só existe na cerimónia de Instalação de Veneráveis, a qual é encenada como tendo sido realizada no palácio de Salomão, onde existia, realmente, o Trono ; no templo não havia esse Trono. O assento que se encontra no Oriente, sob o dossel, no REAA, é, simplesmente, o Trono, e mais nada. Não é de Salomão e nem do Venerável.
Outra coisa: Trono é uma só cadeira. Como é que podem estar sentados no Trono (e não ao Trono), ao Altar, o Venerável e a mais alta autoridade do Simbolismo? Ocupam a mesma cadeira? E. se o ex-Venerável ainda ali tivesse assento, seriam três no mesmo lugar? Da mesma maneira, como podem, o Mestre de Cerimónias e o Hospitaleiro colher pranchas e óbolos de todos que estiverem assentados ao Trono "de Salomão", se o Trono é um lugar único?

O correto é dizer que, sentados ao Altar, ficam, o Venerável, no Trono, e a mais alta autoridade do Simbolismo, num lugar á direita do Venerável, o qual é exclusivo. Essa, inclusive, foi uma concessão do novo ritual do Grande Oriente do Brasil à vaidade de alguns maçons "notoriedades", porque, na realidade, esse lugar é privativo do Grão-Mestre, ou de seu Adjunto (Deputado Grão-Mestre), em qualquer lugar em que a Maçonaria seja praticada seriamente e não para servir a pavões. O ritual original, feito pela Grande Secretaria Geral de Orientação Ritualística, preconizava isso, mas, depois de tantas “luminares" mexerem nele, inclusive um Grão-Mestre estadual, que é do Rito Moderno, deu no que deu: ele continua deturpado, porque mexer todo mundo quer mexer, mas mexer com base, com pesquisa e com autoridade, poucos fazem e poucos podem fazer.

O SOL.

O Sol é o vitalizador essencial, possuidor de uma generosa fecundidade. Sem ele não existiríamos.
O Sol, sendo entendido como fonte de vida, passa a ser, automaticamente, a majestade, a luz principal, a fonte de todo o conhecimento e saber, o símbolo da espiritualidade, o ponto central de todas as coisas.
O Sol pode ser associado ao Irmão Orador, pois, este deve emanar a Luz como guarda da lei maçônica.
No Templo, o Sol fica no oriente, atrás do Venerável Mestre.

A LUA.

A Lua, é o reflexo do sol. Representa tanto quanto o sol, a saúde, pois, recebe e reflecte os raios do sol.
A Lua é associada ao Irmão Secretário. Tradicionalmente, o Irmão Secretário, apenas regista as palavras do Irmão Orador (Sol), daí, sua associação com a Lua que reflete, simplesmente, a luz recebida do Sol.

DELTA LUMINOSO.

O Delta Luminoso está localizado no Oriente, entre o Sol e a Lua, alteando o trono do Venerável Mestre. Simboliza a principal luz da loja, da qual saem os raios vivificadores que iluminam e aquecem todos os irmãos, em igual forma e intensidade. É o símbolo do Ser e da Vida, uma figura com 3 lados e 3 ângulos que se mostra indivisível. No centro deste triângulo equilátero encontra-se um olho humano, representando o “olho divino” simbolizando o Poder Supremo com a sua principal característica, a Omnisciência, na qualidade de principal entendimento divino que o povo traduz na frase: “Deus vê tudo...”


A CORDA DE 81 NÓS.

Corresponde a uma corda formando de distância em distância nós emblemáticos, chamados laços de amor, em número de 81 que percorrem toda parte superior dos Templos Maçónicos terminando suas extremidades diante das Colunas B e J onde pende uma borla de cada lado, indicando que os laços de fraternidade devem se estender para fora do templo.

Estão também representadas no painel do Grau de Aprendiz e indicam os laços de a união e a fraternidade que deve abranger a todos os Maçons do mundo.

A corda de 81 nós também tem relação com outros símbolos do templo, são eles : a Orla Dentada , o Pavimento Mosaico , a Cadeia de União e as Romãs, símbolos estes que relembram a todos os Maçons espalhados pela superfície do globo, que formam entre si uma única família.

SIGNOS.

Sinal, símbolo. 2.Cada uma das 12 constelações que se localizam na faixa do Zodíaco que corresponde 1/12 desta faixa da esfera celeste, tendo, assim, 30º de extensão. E cada signo está representado por uma forma e ligado a um anjo a saber:Áries/Shamael, Touro/Hanniel, Gêmeos/Raphael, Câncer/Gabriel, Leão/Mikhael, Virgem/Raphael, Libra/Hanniel, Escorpião/Shamael, Sagitário/Zadkiel, Capricórnio/Orifiel, Aquário/Orifiel, Peixes/Zadkiel.

Assim como as doze colunas da Loja indicam os doze signos do Zodíaco, dentro do corpo físico se acham doze partes, doze faculdades influenciadas por aqueles signos e repartidas em redor do sol espiritual no homem,representar um ideal mais esotérico. Semelhante ao sol colocado entre os signos, assim e o verdadeiro homem; está dentro do corpo físico, está suspenso entre duas decisões donde vai nascer seu futuro espiritual, depois de haver nascido seu ser físico. Obs.: Algumas Lojas as doze colunas são representadas pelos doze quadros dos signos.
O ano tem 12 meses; Jacob teve doze filhos; Jesus doze Apóstolos, e o homem, como contraparte de lei cósmica, tem doze faculdades de espírito em si. Durante o ano, o sol visita seus doze filhos do Zodíaco; o Sol Cristo, no homem, também vivifica durante o ano as doze faculdades representadas pelos filhos de Jacob ou apóstolos de Jesus.

CONCLUSÃO:

Todos sabemos das grandes influências exercidas por maçons, em fatos históricos em todo o mundo. No Brasil especificamente, o cidadão comum, desde que possuidor de um nível cultural razoável, sabe o quanto foi decisiva, para fatos relevantes de nossa história, a participação da maçonaria. É claro que os tempos mudaram. No entanto, ninguém pode apagar a história e estes fatos, podem se constituir na grande arma de que dispõe a maçonaria, para fortalecer o seu exército, trazendo para suas fileiras um número maior de seguidores. Homens de conduta também exemplar, preferencialmente cultos e com capacidade de desenvolver liderança e formar opinião. Já existe uma movimentação maçónica neste sentido, nas universidades. Serão os maçons do futuro, e que certamente ocuparão lugar de destaque em nossa sociedade.
Em síntese, poderíamos admitir como verdade, que a humanidade seria muito mais feliz, se todos os homens fossem maçons. Esta seria uma situação ideal, apenas teórica. Mas considerar que todos os homens gostariam de viver a prática dos princípios maçónicos é real e perfeitamente possível. Estaríamos vivendo em uma sociedade, onde o próprio homem exerceria uma permanente vigilância sobre si mesmo, sem oportunismos, egoísmos e vaidades pessoais.

quarta-feira

Sobre Cagliostro

O que se sabe sobre Cagliostro, ainda não foi possível avaliar em sua totalidade. Por algum motivo, não muito claro, ele tinha conhecimento da pedra filosofal. Não muito claro por que seu comportamento, assim como de outros iniciados, como Helena Blavatski, não era de indivíduo muito cirscunspecto, como seria de esperar, tipo Saint-Germains, ou mesmo um guru da Índia.

Em alguns momentos, parece que Cagliostro assume um comportamento por demais exemplar, cuidador da pobreza e dos desvalidos. Noutro momento, com aparência espectacular, como quando foi chamado ao parlamento francês para se explicar no caso do colar da rainha, quando Cagliostro usava um corte de cabelo de certa maneira extravagante para o comum dos franceses, sem peruca, com seus cabelos enrolados numa só trança, seu comportamento é por demais extravagante, sugerindo um estilo de difícil entendimento para o que se espera de um iniciado.

No entanto, Blavatski foi para o Velho Oeste americano dar tiros ao velho estilo do far-west; portanto, não muito diferente. Talvez a importância de Cagliostro seja essa mesmo: mostrar que o que chamamos de iniciados são pessoas comuns, iguais a nós, mas que, por algum motivo, chegaram a uma compreensão melhor do universo. No entanto, seu comportamento de cuidador demonstrava que conhecia a pedra filosofal. A sua tentativa de mostrar as verdadeiras origens do cristianismo para a igreja católica, foi profética tanto quanto foi sua profecia sobre a Bastilha.

Para Cagliostro, as origens da verdadeira religião estavam fundamentadas na Escada de Jacob, que, por sua vez, estava relacionadas à Zoroastro ou, quem sabe, até antes, não importa. Para quem está interessado em pensar a essência da religião judaico-cristã, a hierarquia dos céus, através da compreensão dos anjos, explicava o universo que está acima de nós. Essa foi a grande contribuição de Cagliostro para o conhecimento do mundo, fruto de sua iluminação. Foi um homem como nós que teve uma visão do mundo, como outros tantos tiveram, mesmo que anónimos. Mas tem mais.

claudio-boucinha

sábado

A 'Capela Sistina do Antigo Egipto'

Arqueologia. Novos achados em Luxor

Descoberta raridade: um túmulo totalmente pintado e decorado

Chamam-lhe já a "Capela Sistina do Antigo Egipto". Uma equipa hispano-egípcia, liderada por José Manuel Galán, encontrou em Luxor, na margem do Nilo, uma câmara funerária pintada há 3500 anos, anunciou o Conselho Superior de Investigações Científicas de Espanha.

O túmulo, que faz parte da necrópole de Dra Abu el-Naga, tem as paredes e o tecto completamente pintados com desenhos e hieróglifos do Livro dos Mortos e seria de Djehuty, que foi um escriba real, supervisor do tesouro e dos trabalhos dos artesãos do rei sob as ordens de Hatshepsut, uma das poucas mulheres que foram faraós, filha de Tutmosis I (18.ª dinastia), cujo reinado durou de 1479 a 1457 antes de Cristo.

"Este é o sonho de qualquer egiptólogo", disse José Manuel Galán, citado pelo El Mundo. "Para além do indubitável valor estético, é importante porque nesta época não se decoravam as câmara funerárias. Só se conhecem outras quatro câmaras assim", explicou durante a apresentação da descoberta à imprensa. "O facto de Djehuty ter decidido pintar o seu túmulo coloca-o entre as figuras mais importantes e influentes da época", explica Galán, o director da equipa que, desde 2004, está a trabalhar em Luxor (antiga Tebas).

O túmulo, uma sala quadrada de 3,5 metros de largura e 1,5 metros de altura, terá sido uma dos primeiros a ser completamente decorado com pinturas, dizem os inves-tigadores. A equi- pa encontrou ainda uma entrada para uma outra divisão onde se encontrava um par de brincos de ouro que, provavelmente, pertencia a Djehuty ou a algum dos seus familiares. "Nesta época, os homens importantes da corte adoptaram o costume de se adornar com brincos, moda que pouco depois seria também adoptada pelos próprios faraós", explicou o egiptólogo.

Galán esclareceu ainda que as duas paredes que restam do túmulo estão cobertas com passagens do Livro dos Mortos, enquanto no tecto está pintada uma imagem da deusa do céu, Nut, que aparece com os braços abertos para abraçar o corpo do defunto, protegendo-o nesta sua nova existência.

A equipa de arqueólogos vai continuar a trabalhar nesta área e espera fazer mais descobertas valiosas. "Mas de nada serve encontrar vestígios desta importância se depois os abandonamos à sua sorte", disse José Manuel Galán. Por isso, a próxima campanha de escavações desta mesma equipa internacional dedicar-se--á, fundamentalmente, à preservação dos vestígios arqueológicos de Luxor. M. J. C., com agências

terça-feira

Olho de Horus

Conhecido como Olho de Horus, era a união do olho humano e da crista de falcão associado a Horus. Segundo a lenda de Osíris, na sua vingança, Seth arrancou o olho esquerdo de Horus que foi substituído por este amuleto. Depois da sua recuperação, Horus pode organizar novos combates que o levaram à vitória decisiva sobre Seth. Olho de Horus era em ouro, cromado em cores azul e verde e com pedras preciosas.

Normalmente é o olho direito que se representa ainda que possa aparecer algumas vezes o esquerdo. Alguns autores afirmam que esta representação se deve à teoria segundo a qual o olho direito representa o sol e o esquerdo a lua, ambos olhos do céu. O sol é mais poderoso que a lua e portanto a imagem do olho direito tem mais poder que a do esquerdo.

(Original)

sexta-feira

Papiro de ANI, Livro dos Mortos

The Egyptian Book of the Dead
1240 BC
The Papyrus of Ani
Parts Translated by E.A. Wallis Budge and Allen and Faulkner

(Clicar nas figuras)

http://www.touregypt.net/featurestories/hellh4.jpg

http://www.bardo.org/ani/images/isis.jpg

domingo

O Beijo da Paz

Texto encontrado por e por ali

Os historiadores não sabem muito sobre a história inicial do beijo. Quatro textos em Sânscrito Védico, escritos na Índia por volta de 1500 a.C., parecem descrever pessoas se beijando. Isso não significa que ninguém tenha se beijado antes, nem que os indianos tenham sido os primeiros a se beijar. Os artistas e escritores podem ter considerado o beijo particular demais para ser descrito na arte ou literatura.

Após sua primeira menção por escrito, o beijo não apareceu muito na arte ou na literatura por algumas centenas de anos. O poema épico indiano "Mahabharata" descreve o beijo nos lábios como um sinal de afeto. O "Mahabharata" foi transmitido oralmente por milhares de anos antes de ser escrito e padronizado, em torno de 350 d.C. O texto religioso indiano "Vatsyayana Kamasutram", ou o "Kama Sutra", também descreve uma variedade de beijos. Ele foi escrito no século VI d.C. Os antropólogos que acreditam que o beijo é um comportamento aprendido afirmam que os gregos souberam sobre ele quando Alexandre, o Grande, invadiu a Índia em 326 a.C.

Não há muitos registos sobre os beijos no mundo ocidental até a época do Império Romano. Os romanos costumavam usar o beijo para cumprimentar amigos e familiares. Os cidadãos beijavam a mão do Imperador e, naturalmente, as pessoas beijavam seus parceiros. Os romanos tinham três categorias para o beijo:
*osculum era um beijo na bochecha
*basium era um beijo nos lábios
*savolium era um beijo profundo

Os romanos também iniciaram várias tradições relacionadas ao beijo que perduram até hoje. Na Roma antiga, os casais ficavam noivos beijando-se apaixonadamente na frente de um grupo de pessoas. Essa é, provavelmente, uma das razões pelas quais os casais modernos se beijam ao final de cerimónias de casamento. Além disso, embora a maioria das pessoas pense que somente cartas de amor são "seladas com um beijo", os beijos foram utilizados para selar contratos jurídicos e comerciais. Os antigos romanos também costumavam beijar como parte de suas campanhas políticas. No entanto, vários escândalos de "beijos por votos" na Inglaterra do século XVIII levaram, teoricamente, os candidatos a beijar somente jovens e idosos.

O beijo também teve sua função nos primórdios da Igreja Cristã. Os cristãos com frequência se cumprimentavam com um osculum pacis, ou beijo sagrado. De acordo com essa tradição, o beijo sagrado causava uma transferência de espírito entre as duas pessoas que se beijavam. A maioria dos pesquisadores acredita que o objectivo desse beijo era estabelecer vínculos familiares entre os membros da igreja e fortalecer a comunidade.

Até 1528, o beijo sagrado era parte da missa católica. No século XIII, a Igreja Católica o substituiu por um cumprimento de paz. A Reforma Protestante no século XVI removeu totalmente o beijo da prática protestante. Na verdade, o beijo sagrado não exercia uma função na prática católica religiosa moderna, embora alguns cristãos beijem símbolos religiosos, como o anel do Papa, por exemplo.
Embora actualmente, poucos religiosos incorporem o beijo sagrado, o beijo ainda prevalece na cultura ocidental. Hoje em dia, as pessoas se beijam em várias situações por motivos diversos.

Mas nem todos os beijos são felizes. Obras da literatura como "Romeu e Julieta" descreveram beijos como "perigosos" ou "mortais" quando compartilhado com as pessoas erradas. Alguns estudiosos do folclore e críticos literários vêem o vampirismo como um símbolo dos perigos físicos e emocionais decorrentes de se beijar a pessoa errada.
Actualmente, a maioria das culturas em todo o mundo pratica o beijo, mas possui diferentes opiniões sobre quando e onde o beijo é apropriado. Nos anos 90, vários artigos nos media relatavam uma tendência entre os jovens de beijar em público no Japão, um país onde o beijo tradicionalmente era visto como uma actividade privada.